sexta-feira, 29 de maio de 2009

LUXEMBURRO IMBECIL!!!!




Luxemburgo foi um JUMENTO ontem.

- Começou com o Diego na frente; isso mata o o jogo dele, pois é meia.... ouviu Luxa, MEIA!

- Depois tirou um volante (o ótimo Souza) pra colocar um atacante; Acertou a posicão do Diego, mas matou o Cleiton.... tinha que tirar um zagueiro porra. Arruma uma coisa e estraga a outra.

- Já que vai fazer a cagada de jogar com 3 zagueiros, pq os laterais não sobem? Não é esse o motivo pra jogar com 3 zagueiros?

Resumindo;

3 zagueiros, com 2 laterais que não sobem, o Cleiton de volante, os dois centro-avantes dentro da área...... NÃO TEM JOGADA!!!! Não tem válvula de escape, não tem linha de fundo. Não da pra sair da marcação....... E esse porra ainda vem reclamar da torcida! Vai tomá banho Luxemburgo. Faz o feijão com a arroz e volta pro 4-4-2 cacete.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Há muito que não sabemos o que acontece entre os muros da escola.

Entre les Murs leva a Palma de Ouro em Cannes.


Extraordinário o filme Entre os Muros da Escola de Laurent Cantet. Começar uma crítica com um elogio desses não é algo que recomendável, eu sei. Acaba-se por influenciar o leitor antes mesmo de apresentar os argumentos. Entretanto o filme francês merece tal crédito, não só por ser uma bela película, mas por denunciar, de uma vez por todas, a falência do sistema educacional. Há séculos que a fórmula é a mesma, claro que com algumas modernizações, mas a fórmula em si é a mesma. E o fato é que há tempos não funciona mais e Cantet mostra isso com perfeição em seu filme.
François é um professor de Francês em uma escola na periferia de Paris que se depara com um problema cada vez mais comum; a insolência dos alunos e a falta de vontade que os mesmos tem de aprender e estudar. O professor é cheio de boas intenções e boa vontade, mas tem muita dificuldade em captar a atenção de seus alunos, que além de não se interessarem não tem a menor preocupação em demonstrar respeito ao mestre. François passa por situações muito difíceis como perder completamente a paciência com algumas alunas ou ter que expulsar alunos da classe. Ao mesmo tempo demonstra muita preocupação com seus alunos conversando com os pais e tentando de tudo ao seu alcance para que eles tenham o melhor aprendizado possível. O cenário fica ainda mais complicado por se tratar de uma escola típica da periferia parisiense com uma mistura étnica e religiosa muito grande, mas não que isso seja o grande problema apresentado por Cantet.
O fato é que não importa o quanto François ou seus colegas tentem, o sistema é falido, a fórmula não funciona mais e o destino é a ladeira abaixo, caso nada seja feito. Na escola suburbana eles até que tentam algumas inovações, como um bizarro sistema de pontos para estudantes de mal comportamento, que obviamente não funciona. O grande problema na realidade é a falta de interesse dos estudantes, falta de interesse esta que leva a falta de respeito aos mestres que por fim leva ao péssimo comportamento. Ora, como podemos ter respeito por alguém que nos ensina algo que não nos interessa? Aliado a isso, o sistema é punitivo e injusto, pune-se sempre, premia-se pouco e a justiça é feita da mesma forma que na idade média; no caso de uma briga, todos são culpados, sem julgamentos.
O ensino deve ser encarado como uma forma de arte, aliás não deve ser encarado, o ensino é uma forma de arte. Lecionar é como atuar, a sala de aula é como um teatro. Existem expectadores e artistas. E o artista tem a obrigação de convencer e entreter sua platéia. "Como assim, entreter?" Muitos dirão, "Isso é escola e não diversão!" Claro, e é com esse pensamento que vamos perder milhares de jovens brilhantes por não sabermos como lidar com a juventude de hoje. Todos já fomos crianças um dia e sabemos hoje que nada sabíamos então. Como é que podemos afirmar que as crianças devem saber se portar e se interessar por química ou física?
O mundo mudou muito, a informação e o entretenimento modificaram demais os hábitos e gostos da população. Hoje temos TV, internet, cinema, teatro e todas estas formas de transmitir informação estão em constante modernização da linguagem, com profissionais e artistas sempre criando novas formas, mais interessantes, mais agradáveis e mais didáticas de transmitir seus pensamentos, idéias, convicções e até produtos consumíveis. No entanto o sistema de ensino não acompanha essa evolução da linguagem e as crianças, se de um lado recebem informações da indústria cultural de uma forma muito sedutora, do outro continuam a assistir aulas da mesma forma que no século XV. Cabe aqui ser pragmático. Podemos barrar a evolução da indústria cultural? Então, pelo amor de deus, reformemos o sistema educacional.
Minha proposta é, como dito anteriormente, mudar o conceito da sala de aula. É transformar a sala de aula em um lugar aspiracional, aonde o professor deve assumir uma função muito mais importante. Ele deve ser um mestre-artista, deve ser focado em captar a atenção dos alunos, em desvendar os interesses e talentos de cada um e incentivá-los a investir nesses talentos. A quantidade de matéria deve ser menos importante do que a formação da pessoa. As notas devem ser menos importantes do que a descoberta de si mesmo. A aula deve ser um teatro onde de alguma forma todos vamos nos identificar com algum personagem, assim como fazemos no cinema. Se continuarmos a culpar os alunos, vamos entrar num beco sem saída, pois não podemos vencê-los e eles são o nosso futuro.





Títulos Original: Entre les Murs.
Duração: 128 min.
Diretor: Laurent Cantet.

Roteirista: François Bégaudeau, Robin Campillo e Laurent Cantet.

Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Cherif Bounaidja, Juliette Demaille, Dalla Doucoure, Arthur Fogel, Damien Gomes.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Ano novo, vida nova!




Aleluia! Já estava na hora de começar 2009. Confesso que estava com um pouco de preguiça de escrever, mas é só começar que a coisa flui. Não é que o ano ainda não tenha começado pra mim, muito pelo contrário, começou à toda e, a hora que eu fui parar para respirar, Janeiro já estava indo embora. Mas não importa, nunca é tarde. Este ano promete, estou com altas expectativas. 2009 começa cheio de novidades e coisas boas, tirando a crise mundial é lógico. No cenário político temos a chegada de Obama que tomou posse hoje e junto com ele a grande esperança de o mundo voltar para o trilho, no mundo da bola temos os times paulistas se armando até os dentes para a temporada que promete muita emoção e, finalmente, na telona temos ótimas películas por vir. Agora a grande novidade do ano e grande novidade do blog é..... a chegada do meu filho ou da minha filha que a partir de agora terá todas as novidades postadas aqui, é só acompanhar. Adeus ano velho.
Comecemos pelo mundo da bola. O ano está recheado de novidades nos grandes paulistas e no primeiro semestre o Paulistão, a Libertadores e Copa do Brasil prometem pegar fogo. O Corinthians começou com tudo, contratou bem e hoje tem um bom elenco com dois jogadores para cada posição e o ponto forte da equipe é o ataque reforçado por ninguém menos que o Travecão em pessoa. Além do Queima Rosca, ainda tem Dentinho, Jorge Enrique e Souza, que devem formar uma bela linha frente. Falta saber se o Drag Queen vai voltar a jogar ou não. O ponto fraco do time é a defesa que foi bem na série B, mas na A tudo é diferente. Já o São Paulo deu uma boa reforçada no time e principalmente no ataque com a chegada de Washington. O time do Morumbi tem tudo pra ter mais uma grande temporada. O ponto forte do time é a defesa, sempre a menos vazada, e o entrosamento da base formada a mais de 3 anos. O meu Verdão apostou tudo na juventude e nas revelações do Brasileirão do ano passado. Keirrison e Cleiton Xavier são ótimas contratações e tem tudo pra dar certo, falta saber se a diretoria vai resolver a falta avantes, de qualquer jeito aposto num Verdão 8 ou 80, ou arrebenta ou afunda. Já o Peixe deve vir forte. Gostei muito das contratações, principalmente do Madson que é um inferno pra qualquer zaga. O problema do Santos é a falta de experiência do técnico, foi um vacilo sem tamanho deixar o bom Dorival Júnior ir pro Vasco. Como sempre, aposto no Verdão para o Bi!
Migrando pra política, vejo um 2009 bem melhor que 2008. Acho que com a chegada de Obama à Casa Branca o mundo tem muito a ganhar. Acho que se acertados os pacotes de ajuda econômica a crise deve começar a dar sinais de adeus já no final do primeiro semestre e até o final do ano podemos sonhar com uma breve retomada, ainda tímida, mas melhor que nada. Acredito nisso pois o governo americano precisava de um pouco de oxigênio democrata, pensar fora das quatro paredes. Além disso deve haver uma volta de pensamento multilateralista no campo da política externa que deve trazer um alívio para todas as zonas de tensão, principalmente em Gaza e no Iraque. Inclusive internamente os EUA devem caminhar mais juntos, pois o congresso não deverá votar tão separado como no governo Bush. Devido à maior aceitação de Obama, os dois partidos tem maiores possibilidades de caminharem juntos buscando resoluções efetivas ao invés de posições políticas. E não adianta chiar, eles ainda são a super-potência e todos dependemos deles.
Passando pra Telona, já vi bons filmes este ano como Sete Vidas, O Escafandro e a Borboleta e Marley e Eu, mas com alguns comentários. A decepção fica por conta de Sete Vidas. Sou fã de Gabrielle Muccino e este é o pior de seus filmes. O diretor italiano, aliás, vem na descendente, L’Ultimo Baccio ainda é seu melhor filme. O Escafandro é sensacional. Vale a pena ver a obra prima de Julian Schnabel. O filme conta a história do ex-editor da revista Elle Jean-Dominique Bauby que sofre um derrame e perde todos os movimentos do corpo a não ser por seu olho esquerdo. A partir daí temos uma aula de câmera subjetiva ao contar a história toda pelo ponto de vista de Bauby, sem monotonia, simplesmente fantástico. E Marley e Eu é a surpresa do ano pra mim. Um filme simples e bonito. E não tem nada a ver com aqueles insuportáveis filmes de cachorro. A expectativa fica por conta dos que eu ainda não vi. Estou louco para ver Alguém que me Ame de Verdade, O Curioso Caso de Benjamin Button (vou hoje) e A Troca pra ver Madam Jolie.
O ano está só começando e muita coisa boa vai rolar. Sou um otimista por natureza. Agora o melhor do ano está na barriga da minha namorada. Diz o doutor que as chances são 85% de ser mulher e 15% de ser homem, por isso não me arrisco a chamá-lo(a) de algum nome definido. A certeza vem em 20 dias. Vamos esperar. Mas o melhor de tudo é que depois de 2 ultra-sons o bebê está 100% saudável e vai trazer muita alegria para esse mundo. A partir de agora postarei as novidades da gestação sempre por aqui. Beijo a todos e feliz 2009!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Depois do Casamento


Sabe aquele dia em que você vai à locadora e não tem a mínima idéia do que escolher? Você olha, olha e parece que todos os milhares de filmes que você deixou de ver na telona desapareceram de repente. Então, você se culpa por não ter anotado os nomes e apela pra um lançamento qualquer. Bom, isso acontece comigo com freqüência, tanto que essa semana fui à locadora aqui do Jardim Botânico e fiquei quase uma hora olhando as prateleiras, como se por algum milagre, algum filmasso fosse pular da estante direto para minhas mãos. Mas como a vida não é cinema, já estava preparado pra apelar para um desses blockbusters, quando minha namorada veio com um dvd de capa mal feita e meio surrada. Me interessei na hora. O filme era dinamarquês e ainda havia sido indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Com certeza esse era um daqueles filmes que você lê a resenha no jornal, fica com vontade de ver e depois esquece. A escolha estava feita.
Depois do Casamento é um filme com uma estética diferente daquela a que estamos acostumados a ver nas produções mais industriais. O filme parece mais simples e até um pouco mais amador, mas tudo é proposital. Susanne Bier, a diretora é uma remanescente do Dogma, movimento do cinema dinamarquês inovador e libertário surgido nos anos 90 e liderado por Lars Von Trier.
O Dogma prega algumas premissas como a não utilização de iluminação artificial, a não utilização de cenografia e a não utilização de som que não seja ambiente. Susanne deixa claro a marca do manifesto Dogma neste filme. Na verdade esta ideologia estética enriquece muito a obra, pois torna imprescindível a existência de um roteiro muito forte e bem amarrado. No Dogma não vale roubar a atenção do espectador com efeitos especiais ou cenas muito elaboradas, demonstrando que a dinherama de Hollywood não é necessária para se fazer um bom filme.
Sendo assim, Depois do Casamento é forte desde o começo. A história é surpreendente e emociona muito. O filme conta a história de Jacob (Mads Mikkelsen, o Le Chiffre de Cassino Royale), um homem que largou tudo para cuidar de um orfanato em Bombaim. Porém, uma proposta muito suspeita aparece para mexer em sua vida. O orfanato, fadado a falência, recebe a proposta de uma ajuda de 12 milhões de dólares de um desconhecido, com a condição de que Jacob volte para Copenhague. Essa viagem muda a vida de Jacob muito mais do que ele nunca imaginara.
Susanne compensa a falta de calor humano nórdica com planos fechados nos olhos, parecendo estar tentando mostrar a alma do personagem. Não só nos olhos, ela também utiliza muitos cortes em reações corporais delicadas, que normalmente passam desapercebidas, como uma mão tensa ou um arrepio. Às vezes chega a ser exagerado e alguns desses planos acabam por ser desnecessários, chamando a atenção para elementos que não tem a mínima importância. Algumas quebras de eixo deixam o espectador desnorteado, mas intensificam mais as ações.
No entanto as quebras de paradigmas, de preconceitos e do maniqueísmo são o que há de mais forte na obra. De início, parece que vamos assistir a mais um filme sobre ricos contra pobres, sobre as diferenças entre os países de primeiro mundo e os subdesenvolvidos, sobre o capitalismo selvagem monetarizando um ideal social. Mas não, Depois do Casamento sai completamente dessa linha batida e entra na alma, bem fundo no mais intenso dos sentimentos e apresenta a solidariedade e a compaixão de uma forma sublime. Me senti muito satisfeito, não só como cinéfilo, mas como ser humano.
As video-locadoras guardam, muitas vezes, tesouros escondidos que não recebem a atenção que mereciam. Vale a pena vasculhar e perder um tempinho nos filmes do catálogo antes de apelar para Velozes e Furiosos 8.


Ficha Tecnica
Depois do Casamento (Efter Brylluppet) 120min, Dinamarca/Suécia, 2006
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Anders Thomas Jensen
Produção: Sisse Graum Olsen
Fotografia: Stine Hein, Ole Kragh-Jacobsen, Morten Soborg e Otto Stenov
Elenco: Mads Mikkelsen, Sidse Babett Knudsen, Rolf Lassgard, Stine Fischer Christensen


CLIQUE AQUI PARA VER O TRAILER

domingo, 14 de dezembro de 2008

Gomorra


Estréia nos cinemas do país esta semana o filme Gomorra do cineasta italiano Matteo Garrone. Gomorra é a adaptação, ou ao menos a tentativa, do livro homônimo do aclamado escritor Roberto Saviano que escancara para o mundo a verdadeira face da máfia italiana, ou melhor, da máfia napolitana que tem por nome Camorra.
Em primeiro lugar é bom contextualizar um pouco a situação. Roberto Saviano é um escritor e jornalista napolitano que desde 13 de outubro de 2006 vive escondido e sob proteção policial. O motivo? Saviano se infiltrou na Camorra e escreveu um livro, com mais de um milhão de cópias vendidas, denunciando o brutal funcionamento e o escopo internacional da máfia napolitana. Saviano tem sua cabeça a prazo. Segundo Antonio Gonçalves Filho, do jornal O Estado de S. Paulo, a Camorra prometeu assassiná-lo até o natal deste ano. Coragem é o que não faltou para este homem, de 29 anos, desafiar uma das mais poderosas organizações criminosas do mundo.
O livro de Saviano foi aplaudido de pé pela Real Academia Suéca em 25 de novembro. Aquela mesma que todo ano distribui o prêmio Nobel. Já publicado em mais de 33 países, chega às livrarias brasileiras no dia 19 deste dezembro.
No entanto, o filme baseado no livro não condiz com todo sucesso de critíca e nem cumpre sua função de denúncia. Durante quase duas horas e meia o filme se arrasta e o espectador não vê a hora de sair do cinema. O filme tem a intenção de ser o mais cru possível, como se estivessemos literalmente viajando pela periferia de Napoles. Não é nada agradável, não tem trilha sonora, apenas som ambiente, não se contextualiza e muito menos se explica nada. Os planos são sempre muito fechados e as conversas são flagradas sempre pela metade. Ao que se precebe, a intenção é de fazer com que o espectador seja verdadeiramente um estrangeiro chegando agora no meio de toda essa confusão e, claro, não entendendo nada do que se passa. Em neunhum momento se tem uma visão panorâmica no filme, seja ela física ou ideológica.
Só depois de uma hora e pouco de filme é que se começa a entender o que se passa nas cinco histórias paralelas que se acontecem durante o filme. Um mafioso que nogocia com grandes empresas depósitos ilegais de lixo tóxico, um alfaiate que faz vestidos falsificados de grifes famosas, dois ladrões pés de chinelo que desafiam o clã local, um homem que distribui dinheiro a mafiosos aposentados e um garoto que inicia sua vida na máfia local. A montagem é confusa demais e acaba por formar um verdadeiro quebra cabeça, deixando muito difícil a noção de grandeza da organização criminosa. Seria muito melhor se fossem cinco esquetes separadas com uma pequena contextualização anterior. Esse modelo de histórias paralelas já cansou.
De qualquer maneira há um ponto muito positivo no filme de Garrone. Ele acaba com a visão romântica dos anti-heróis mafiosos que o cinema de hollywood construiu com filmes como O Poderoso Chefão de Francis Ford Coppola, Scarface de Brian de Palma (o original de Howard Hawks) ou Os Bons Companheiros de Martin Scorcese. Em Gomorra o mafioso é retratado do jeito que ele é realmente, ou seja, escória. Os personagens do filme são seres humanos podres, sem escrúpulos, violentos, sujos, um verdadeiro lixo da humanidade. Não têm nenhuma função social a não ser tornar insuportável a vida das pessoas de bem e atrasar o progresso na região sul da Itália.
O filme fica tão por alto, que no final o diretor apela para algumas explicações escritas. É quando se ouve no cinema em coro: ahhhh, entendi!
Apesar de não ter gostado do filme, mal posso esperar para ler o livro, onde tudo deve ser mais bem explicado e com certeza deve chocar muito conhecer a fundo essa rede mafiosa que tem braço até no nosso Brasil. Mais do que nada Roberto Saviano merece essa homenagem por sua coragem.

Ficha Técnica

Gomorra, Itália, 2008

Direção: Matteo Garrone
Roteiro: Maurizio Braucci
Produção: Domenico Procacci
Fotografia: Marco Onorato
Elenco: Toni Servillo, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale, Salvatore Cantalupo, Gigio Morra, Salvatore Abruzzese, Marco Macor, Ciro Petrone, Carmine Paternoster


CLIQUE AQUI PARA VER O TRAILER


sábado, 13 de dezembro de 2008

Corintiano ri a toa.


A torcida do Corinthians está afoita porque acaba de ganhar um “presente” de natal antecipado. Nem parece que o time acabou de passar pelo pior ano de sua história. Isso só me faz chegar a uma conclusão; Corintiano ri de qualquer coisa! Nada mais fácil do que fazer uma contratação absurda para elevar o moral e a fé da Fiel.
O Corinthians teve um 2008 deplorável, o time disputou a série B, perdeu a final da Copa do Brasil pro Sport no último minuto e ainda teve que ver seus dois principais rivais levantarem o caneco, o meu Palmeiras levou o Paulistão e o São Paulo levou o Brasileiro. De quebra os dois ainda vão disputar a Libertadores no próximo ano. E assim mesmo a Fiel está feliz.
Acontece que, na segundona tudo é festa. Qualquer timinho mais ou menos levanta a torcida, joga bonito e mete goleada. Não é pra menos, não tem jogo com a pressão de um clássico e muito menos algum time pra fazer frente.
Falo isso com conhecimento de causa, afinal meu Palmeiras disputou a segundona, com um time medíocre em 2003 junto com o Botafogo e terminou a competição com 12 pontos a mais que os cariocas que ficaram em segundo. E olha que só subiam 2.
Agora vem o fenômeno, gordo, fora de forma, saído da terceira cirurgia no joelho, com uma idade já avançada e alguns travecos no currículo. Ele tem tudo pra se juntar ao Denílson no seleto hall de ex- jogadores em atividade. Enquanto isso o Palmeiras contrata a revelação Keirrison e o São Paulo tenta o acerto com Washington, o melhor centro-avante em atividade no Brasil. E assim mesmo o corintiano está feliz.
Este episódio me lembra a volta de Casagrande ao Corinthians na década de 90. Como ficaram felizes os corintianos! E que fiasco foi a participação do Casão. O Timão adora essas coisas. Já levaram o Garrincha bêbado uma vez, outra o Marcelinho que já havia encerrado carreira, depois foi a vez de Vampeta, depois de Rincón, teve ainda o César Sampaio com quase 40 anos e com certeza existem muitas mais que não me recordo agora. Todas as vezes foi uma festa! A corintianada fica delirante! Mas no final não da em nada.
Creio que desta vez não vá ser diferente. Ronaldo, se chegar a estrear, deve fazer nada mais do que poucas boas partidas até ir parar no banco e encerrar carreira de vez. Aliás não sem antes treinar mais um pouco na Gávea. Como é fácil fazer o corintiano rir!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Queime Depois de Ler



Demorei, mas finalmente fui ao cinema ver a nova dos irmãos Coen, Queime Depois de Ler. Gostei muito do que vi e ouvi, porque além de bem filmado, os diálogos são fora de série. Joel e Ethan estão de volta na rota correta, a do humor ácido e crítico da sociedade norte-americana. Sempre gostei disso nos Coen, principalmente nos brilhantes Fargo e O Grande Lebowski. Me parece que há algo de dramático em suas comédias, algo que as tornam mais vivas, algo que me fez falta em Onde os Fracos Não Tem Vez, filme que apesar do Oscar, podem me apedrejar, não gostei.
Queime Depois de Ler traz de volta aquele humor corrosivo, tão marcante nos Coen, em uma comédia que mistura espionagem, crises familiares e extorsão. Osbourne Cox (John Malkovich) é um agente da CIA que acaba de ser demitido. Assim como no trabalho, as coisas vão muito mal para ele em casa também. Tentando achar um sentido para sua vida ele resolve escrever um livro com suas memórias. Há um que do personagem de Kevin Spacey em Beleza Americana em Osbourne Cox, eles sofrem da mesma crise da meia idade. Porém a coisa vai mais longe, ele passa a ser chantageado por uma dupla de imbecis brilhantemente criada pelos autores. Linda (Frances MacDormand) e Chad (Brad Pitt) trabalham em uma academia de ginástica e vêem em Cox a chance de mudar suas vidas. Aliás nem tanto porque Linda e Chad nem são tão ambiciosos, são na verdade gente que não tem a mínima noção da realidade. Pra fechar o roteiro bem bolado e apimentado na medida certa, Katie (Tilda Swinton), a mulher de Cox tem uma relação com Harry (George Clooney), um agente frustrado do FBI que também tem uma relação com Linda.
No entanto não se engane. O roteiro entrelaçado com histórias de personagens que se cruzam, não é apenas mais um filme de autor da safra contemporânea. Esse estilo iniciado por Alessandro Iñiarritu com Amores Brutos já estava ficando batido e se tornando um pouco padrão. E é exatamente nessa tecla que batem os Coen, satirizando esse tipo de roteiro e questionando a credibilidade de uma história montada nesses moldes. O grande risco de se escrever uma história desta maneira é cair no ridículo, como acontece por exemplo em Babel do próprio Iñiarritu, que acaba por criar situações demasiadamente inverossímeis que tiram a veracidade da história, prejudicando a conclusão. Os Coen riem de si mesmos desde o princípio. Sendo assim não há do que reclamar, só do que dar risada.
Joel e Ethan também não deixam barato para a sociedade americana. Satirizam, e muito, uma CIA sem sentido, que não tem idéia do que está fazendo e se contenta em, pelo menos, não fazer cagadas; uma instituição familiar podre, onde todo mundo trai todo mundo e também o exagerado culto ao corpo e cuidado com a beleza, que é o gatilho para todo o imbróglio.
Queime Depois de Ler é uma comédia divertida, mas é também uma crítica ácida a certos valores contemporâneos, assim como uma crítica ao novo modelo de fazer filmes cults. O filme mostra como é ridículo levar a si mesmo tão a sério e como é muito melhor saber rir de si mesmo para não ser tão ridículo.

Ficha Técnica

Queime Depois de Ler (Burn After Reading), EUA, 2008, 98 minutos
Direção e Roteiro: Joel Coen e Ethan Coen
Elenco: Frances MacDormand, Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich e Tilda Swinton




CLIQUE AQUI PARA VER O TRAILER