quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Depois do Casamento


Sabe aquele dia em que você vai à locadora e não tem a mínima idéia do que escolher? Você olha, olha e parece que todos os milhares de filmes que você deixou de ver na telona desapareceram de repente. Então, você se culpa por não ter anotado os nomes e apela pra um lançamento qualquer. Bom, isso acontece comigo com freqüência, tanto que essa semana fui à locadora aqui do Jardim Botânico e fiquei quase uma hora olhando as prateleiras, como se por algum milagre, algum filmasso fosse pular da estante direto para minhas mãos. Mas como a vida não é cinema, já estava preparado pra apelar para um desses blockbusters, quando minha namorada veio com um dvd de capa mal feita e meio surrada. Me interessei na hora. O filme era dinamarquês e ainda havia sido indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Com certeza esse era um daqueles filmes que você lê a resenha no jornal, fica com vontade de ver e depois esquece. A escolha estava feita.
Depois do Casamento é um filme com uma estética diferente daquela a que estamos acostumados a ver nas produções mais industriais. O filme parece mais simples e até um pouco mais amador, mas tudo é proposital. Susanne Bier, a diretora é uma remanescente do Dogma, movimento do cinema dinamarquês inovador e libertário surgido nos anos 90 e liderado por Lars Von Trier.
O Dogma prega algumas premissas como a não utilização de iluminação artificial, a não utilização de cenografia e a não utilização de som que não seja ambiente. Susanne deixa claro a marca do manifesto Dogma neste filme. Na verdade esta ideologia estética enriquece muito a obra, pois torna imprescindível a existência de um roteiro muito forte e bem amarrado. No Dogma não vale roubar a atenção do espectador com efeitos especiais ou cenas muito elaboradas, demonstrando que a dinherama de Hollywood não é necessária para se fazer um bom filme.
Sendo assim, Depois do Casamento é forte desde o começo. A história é surpreendente e emociona muito. O filme conta a história de Jacob (Mads Mikkelsen, o Le Chiffre de Cassino Royale), um homem que largou tudo para cuidar de um orfanato em Bombaim. Porém, uma proposta muito suspeita aparece para mexer em sua vida. O orfanato, fadado a falência, recebe a proposta de uma ajuda de 12 milhões de dólares de um desconhecido, com a condição de que Jacob volte para Copenhague. Essa viagem muda a vida de Jacob muito mais do que ele nunca imaginara.
Susanne compensa a falta de calor humano nórdica com planos fechados nos olhos, parecendo estar tentando mostrar a alma do personagem. Não só nos olhos, ela também utiliza muitos cortes em reações corporais delicadas, que normalmente passam desapercebidas, como uma mão tensa ou um arrepio. Às vezes chega a ser exagerado e alguns desses planos acabam por ser desnecessários, chamando a atenção para elementos que não tem a mínima importância. Algumas quebras de eixo deixam o espectador desnorteado, mas intensificam mais as ações.
No entanto as quebras de paradigmas, de preconceitos e do maniqueísmo são o que há de mais forte na obra. De início, parece que vamos assistir a mais um filme sobre ricos contra pobres, sobre as diferenças entre os países de primeiro mundo e os subdesenvolvidos, sobre o capitalismo selvagem monetarizando um ideal social. Mas não, Depois do Casamento sai completamente dessa linha batida e entra na alma, bem fundo no mais intenso dos sentimentos e apresenta a solidariedade e a compaixão de uma forma sublime. Me senti muito satisfeito, não só como cinéfilo, mas como ser humano.
As video-locadoras guardam, muitas vezes, tesouros escondidos que não recebem a atenção que mereciam. Vale a pena vasculhar e perder um tempinho nos filmes do catálogo antes de apelar para Velozes e Furiosos 8.


Ficha Tecnica
Depois do Casamento (Efter Brylluppet) 120min, Dinamarca/Suécia, 2006
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Anders Thomas Jensen
Produção: Sisse Graum Olsen
Fotografia: Stine Hein, Ole Kragh-Jacobsen, Morten Soborg e Otto Stenov
Elenco: Mads Mikkelsen, Sidse Babett Knudsen, Rolf Lassgard, Stine Fischer Christensen


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domingo, 14 de dezembro de 2008

Gomorra


Estréia nos cinemas do país esta semana o filme Gomorra do cineasta italiano Matteo Garrone. Gomorra é a adaptação, ou ao menos a tentativa, do livro homônimo do aclamado escritor Roberto Saviano que escancara para o mundo a verdadeira face da máfia italiana, ou melhor, da máfia napolitana que tem por nome Camorra.
Em primeiro lugar é bom contextualizar um pouco a situação. Roberto Saviano é um escritor e jornalista napolitano que desde 13 de outubro de 2006 vive escondido e sob proteção policial. O motivo? Saviano se infiltrou na Camorra e escreveu um livro, com mais de um milhão de cópias vendidas, denunciando o brutal funcionamento e o escopo internacional da máfia napolitana. Saviano tem sua cabeça a prazo. Segundo Antonio Gonçalves Filho, do jornal O Estado de S. Paulo, a Camorra prometeu assassiná-lo até o natal deste ano. Coragem é o que não faltou para este homem, de 29 anos, desafiar uma das mais poderosas organizações criminosas do mundo.
O livro de Saviano foi aplaudido de pé pela Real Academia Suéca em 25 de novembro. Aquela mesma que todo ano distribui o prêmio Nobel. Já publicado em mais de 33 países, chega às livrarias brasileiras no dia 19 deste dezembro.
No entanto, o filme baseado no livro não condiz com todo sucesso de critíca e nem cumpre sua função de denúncia. Durante quase duas horas e meia o filme se arrasta e o espectador não vê a hora de sair do cinema. O filme tem a intenção de ser o mais cru possível, como se estivessemos literalmente viajando pela periferia de Napoles. Não é nada agradável, não tem trilha sonora, apenas som ambiente, não se contextualiza e muito menos se explica nada. Os planos são sempre muito fechados e as conversas são flagradas sempre pela metade. Ao que se precebe, a intenção é de fazer com que o espectador seja verdadeiramente um estrangeiro chegando agora no meio de toda essa confusão e, claro, não entendendo nada do que se passa. Em neunhum momento se tem uma visão panorâmica no filme, seja ela física ou ideológica.
Só depois de uma hora e pouco de filme é que se começa a entender o que se passa nas cinco histórias paralelas que se acontecem durante o filme. Um mafioso que nogocia com grandes empresas depósitos ilegais de lixo tóxico, um alfaiate que faz vestidos falsificados de grifes famosas, dois ladrões pés de chinelo que desafiam o clã local, um homem que distribui dinheiro a mafiosos aposentados e um garoto que inicia sua vida na máfia local. A montagem é confusa demais e acaba por formar um verdadeiro quebra cabeça, deixando muito difícil a noção de grandeza da organização criminosa. Seria muito melhor se fossem cinco esquetes separadas com uma pequena contextualização anterior. Esse modelo de histórias paralelas já cansou.
De qualquer maneira há um ponto muito positivo no filme de Garrone. Ele acaba com a visão romântica dos anti-heróis mafiosos que o cinema de hollywood construiu com filmes como O Poderoso Chefão de Francis Ford Coppola, Scarface de Brian de Palma (o original de Howard Hawks) ou Os Bons Companheiros de Martin Scorcese. Em Gomorra o mafioso é retratado do jeito que ele é realmente, ou seja, escória. Os personagens do filme são seres humanos podres, sem escrúpulos, violentos, sujos, um verdadeiro lixo da humanidade. Não têm nenhuma função social a não ser tornar insuportável a vida das pessoas de bem e atrasar o progresso na região sul da Itália.
O filme fica tão por alto, que no final o diretor apela para algumas explicações escritas. É quando se ouve no cinema em coro: ahhhh, entendi!
Apesar de não ter gostado do filme, mal posso esperar para ler o livro, onde tudo deve ser mais bem explicado e com certeza deve chocar muito conhecer a fundo essa rede mafiosa que tem braço até no nosso Brasil. Mais do que nada Roberto Saviano merece essa homenagem por sua coragem.

Ficha Técnica

Gomorra, Itália, 2008

Direção: Matteo Garrone
Roteiro: Maurizio Braucci
Produção: Domenico Procacci
Fotografia: Marco Onorato
Elenco: Toni Servillo, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale, Salvatore Cantalupo, Gigio Morra, Salvatore Abruzzese, Marco Macor, Ciro Petrone, Carmine Paternoster


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sábado, 13 de dezembro de 2008

Corintiano ri a toa.


A torcida do Corinthians está afoita porque acaba de ganhar um “presente” de natal antecipado. Nem parece que o time acabou de passar pelo pior ano de sua história. Isso só me faz chegar a uma conclusão; Corintiano ri de qualquer coisa! Nada mais fácil do que fazer uma contratação absurda para elevar o moral e a fé da Fiel.
O Corinthians teve um 2008 deplorável, o time disputou a série B, perdeu a final da Copa do Brasil pro Sport no último minuto e ainda teve que ver seus dois principais rivais levantarem o caneco, o meu Palmeiras levou o Paulistão e o São Paulo levou o Brasileiro. De quebra os dois ainda vão disputar a Libertadores no próximo ano. E assim mesmo a Fiel está feliz.
Acontece que, na segundona tudo é festa. Qualquer timinho mais ou menos levanta a torcida, joga bonito e mete goleada. Não é pra menos, não tem jogo com a pressão de um clássico e muito menos algum time pra fazer frente.
Falo isso com conhecimento de causa, afinal meu Palmeiras disputou a segundona, com um time medíocre em 2003 junto com o Botafogo e terminou a competição com 12 pontos a mais que os cariocas que ficaram em segundo. E olha que só subiam 2.
Agora vem o fenômeno, gordo, fora de forma, saído da terceira cirurgia no joelho, com uma idade já avançada e alguns travecos no currículo. Ele tem tudo pra se juntar ao Denílson no seleto hall de ex- jogadores em atividade. Enquanto isso o Palmeiras contrata a revelação Keirrison e o São Paulo tenta o acerto com Washington, o melhor centro-avante em atividade no Brasil. E assim mesmo o corintiano está feliz.
Este episódio me lembra a volta de Casagrande ao Corinthians na década de 90. Como ficaram felizes os corintianos! E que fiasco foi a participação do Casão. O Timão adora essas coisas. Já levaram o Garrincha bêbado uma vez, outra o Marcelinho que já havia encerrado carreira, depois foi a vez de Vampeta, depois de Rincón, teve ainda o César Sampaio com quase 40 anos e com certeza existem muitas mais que não me recordo agora. Todas as vezes foi uma festa! A corintianada fica delirante! Mas no final não da em nada.
Creio que desta vez não vá ser diferente. Ronaldo, se chegar a estrear, deve fazer nada mais do que poucas boas partidas até ir parar no banco e encerrar carreira de vez. Aliás não sem antes treinar mais um pouco na Gávea. Como é fácil fazer o corintiano rir!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Queime Depois de Ler



Demorei, mas finalmente fui ao cinema ver a nova dos irmãos Coen, Queime Depois de Ler. Gostei muito do que vi e ouvi, porque além de bem filmado, os diálogos são fora de série. Joel e Ethan estão de volta na rota correta, a do humor ácido e crítico da sociedade norte-americana. Sempre gostei disso nos Coen, principalmente nos brilhantes Fargo e O Grande Lebowski. Me parece que há algo de dramático em suas comédias, algo que as tornam mais vivas, algo que me fez falta em Onde os Fracos Não Tem Vez, filme que apesar do Oscar, podem me apedrejar, não gostei.
Queime Depois de Ler traz de volta aquele humor corrosivo, tão marcante nos Coen, em uma comédia que mistura espionagem, crises familiares e extorsão. Osbourne Cox (John Malkovich) é um agente da CIA que acaba de ser demitido. Assim como no trabalho, as coisas vão muito mal para ele em casa também. Tentando achar um sentido para sua vida ele resolve escrever um livro com suas memórias. Há um que do personagem de Kevin Spacey em Beleza Americana em Osbourne Cox, eles sofrem da mesma crise da meia idade. Porém a coisa vai mais longe, ele passa a ser chantageado por uma dupla de imbecis brilhantemente criada pelos autores. Linda (Frances MacDormand) e Chad (Brad Pitt) trabalham em uma academia de ginástica e vêem em Cox a chance de mudar suas vidas. Aliás nem tanto porque Linda e Chad nem são tão ambiciosos, são na verdade gente que não tem a mínima noção da realidade. Pra fechar o roteiro bem bolado e apimentado na medida certa, Katie (Tilda Swinton), a mulher de Cox tem uma relação com Harry (George Clooney), um agente frustrado do FBI que também tem uma relação com Linda.
No entanto não se engane. O roteiro entrelaçado com histórias de personagens que se cruzam, não é apenas mais um filme de autor da safra contemporânea. Esse estilo iniciado por Alessandro Iñiarritu com Amores Brutos já estava ficando batido e se tornando um pouco padrão. E é exatamente nessa tecla que batem os Coen, satirizando esse tipo de roteiro e questionando a credibilidade de uma história montada nesses moldes. O grande risco de se escrever uma história desta maneira é cair no ridículo, como acontece por exemplo em Babel do próprio Iñiarritu, que acaba por criar situações demasiadamente inverossímeis que tiram a veracidade da história, prejudicando a conclusão. Os Coen riem de si mesmos desde o princípio. Sendo assim não há do que reclamar, só do que dar risada.
Joel e Ethan também não deixam barato para a sociedade americana. Satirizam, e muito, uma CIA sem sentido, que não tem idéia do que está fazendo e se contenta em, pelo menos, não fazer cagadas; uma instituição familiar podre, onde todo mundo trai todo mundo e também o exagerado culto ao corpo e cuidado com a beleza, que é o gatilho para todo o imbróglio.
Queime Depois de Ler é uma comédia divertida, mas é também uma crítica ácida a certos valores contemporâneos, assim como uma crítica ao novo modelo de fazer filmes cults. O filme mostra como é ridículo levar a si mesmo tão a sério e como é muito melhor saber rir de si mesmo para não ser tão ridículo.

Ficha Técnica

Queime Depois de Ler (Burn After Reading), EUA, 2008, 98 minutos
Direção e Roteiro: Joel Coen e Ethan Coen
Elenco: Frances MacDormand, Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich e Tilda Swinton




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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Acabou. Ainda bem!


O Brasileirão chegou ao fim e o São Paulo foi campeão. Parece replay, mas não é. Pela terceira vez consecutiva o time do Morumbi levantou o caneco ao fim das 38 rodadas do campeonato nacional. Quem leu a coluna de futebol da semana passada, viu que o único palpite errado foi o Náutico, que segurou o Santos na Vila Belmiro e assegurou a vaga na série A do ano que vem. Pior pro Figueirense que lutou muito e não merecia cair, mas vai fazer companhia ao Vasco da Gama em 2009. O campeonato de 2008 foi o mais disputado da era dos pontos corridos, mas também o mais fraco em termos técnicos, deixando no ar algumas dúvidas sobre quem merecia o que.
O tricolor precisava empatar ontem pra ser campeão, mas ganhou, com um gol impedido (1,31m segundo o tira-teima da Globo), como de costume. Meu palpite era o empate para esta partida, mas não contava com mais um erro de arbitragem, ingenuidade minha. Era a lógica. O São Paulo mereceu o campeonato, não pelo futebol apresentado, mas pela regularidade. Aliás o futebol ficou devendo muito. O São Paulo jogou sempre fechado e saindo em contra-ataques, como um time pequeno. No entanto em um campeonato em que só havia times pequenos, o melhor deles levou. A única coisa que ficou mal explicada é a tal mala-preta destinada ao arbitro Wagner Tardelli. Parece que a lição de 2005, quando o escândalo do apito deu o título nacional a uma multinacional, não foi bem absorvida. Espero que resolvam essa história pra não ficar no ar a dúvida sobre o título.
Se o campeão já não foi lá essas coisas, o que dizer dos times que lutavam por uma vaga na Libertadores? O meu Palmeiras foi ridículo, apanhou em casa do Botafogo que já havia dispensado metade dos jogadores por falta de pagamento e não disputava mais nada, pois já estava garantido na Sulamericana de 2009 e não brigava por vaga na Libertadores. O fiasco só não foi total porque o Flamengo levou uma surra no Paraná e ficou sem a vaga, senão pelo segundo ano seguido o Palmeiras ficaria de fora do mais importante torneio do continente justamente na última rodada e jogando em casa. Ao final do jogo ficou a sensação de que a vaga conquistada não foi merecida. E não foi mesmo. O time e o técnico perderam o rumo, a responsabilidade e a coragem na reta final da competição, o que preocupa muito para o seguimento do trabalho no ano que vem. Que saudade do Valdívia! No mais, nenhum surpresa, Grêmio e Cruzeiro venceram suas partidas garantindo suas posições, mas nenhum dos dois mostrou futebol de gente grande.
Agora, lá embaixo, a coisa foi feia. Quem diria, o Vasco caiu. A zona de rebaixamento é como um buraco negro, depois de estar lá dentro, fica muito difícil de sair. Parece que existe um imã que puxa o time para baixo. A verdade é que chegou a hora do Vasco pagar as contas da era Eurico Miranda. Tanta maracutaia não podia passar impune pra sempre. Já o Figueirense pagou por um mau começo de campeonato, o time não merecia cair pelo futebol apresentado nesta reta final.
O Brasileirão 2008 fica por aqui e, apesar de ter sido muito disputado e emocionante, foi também muito fraco. Não podemos esquecer que nenhum time mostrou futebol digno de Brasil. Não apareceu nenhum craque fora de série. Fica até difícil montar uma seleção do campeonato ou eleger um craque. O melhor talvez tenha sido o Hernanes, mas também não é jogador pra ser o melhor do Brasil. A safra é bem ruim e o calendário atrapalha muito. Deve-se pensar com urgência em unificar o calendário nacional com o europeu. Não da mais pra ter 3 meses de janela de transferências no meio da competição. As equipes ficam sem identidade, sem entrosamento e sem planejamento. Assim fica quase impossível identificar favoritos em maio para um campeonato que acaba em dezembro. Os bons jogadores vão embora no meio do ano e o campeonato que começa mais ou menos, acaba pior ainda. Ta na hora de arrumar a casa, senão quem vai sofrer com isso é o nosso tão amado futebol. Enfim, esse campeonato acabou. Graças a Deus!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Romance


Semana passada fui ao cinema para assistir o novo filme de Guel Arraes, Romance. Estava meio desconfiado. O cinema nacional da segunda metade deste ano vinha me irritando um pouco. Muita porcaria, muito marketing e filmes desastrosos. Era uma Vez… do, até então bom, Breno Silveira é horroroso e muito provavelmente o pior filme que já vi. A Casa da Mãe Joana, de Jorge Fernando nada mais é do que mais um chilique do diretor, sem graça, sem roteiro e sem razão de ser. E o que era para ser o maior sucesso do ano da Bossa Nova, Os Desafinados, de Walter Lima Jr. é uma decepção total. Depois de duas longas horas no cinema, o filme se perde nele mesmo e ao final não se sabe ao certo qual a história que se quis contar. Aí veio Romance. Por ser um filme do Arraes, tinha medo que ficasse ‘televisão’ demais assim como seus longas anteriores Caramuru e O Auto da Compadecida, mas até que não. Apesar de não ser uma obra fora de série, o filme é muito bom e vale ser visto.
O enredo se cerca por todos os lados da história de Tristão e Isolda, que como é contado no próprio filme, foi a base inspiratória de Shakespeare para Romeu e Julieta. No entanto, não espere uma mera repetição da trágica história dos dois amantes em tempos modernos. A história de Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatela) nada tem a ver com o romance medieval, ao contrário do filme de Breno Silveira que faz uma releitura pobre de Romeu e Julieta. Contar a mesma história várias vezes no cinema, diferente do teatro que permite várias montagens, é complicado, acaba-se caindo no lugar comum e por fim o ridículo toma o lugar da seriedade. Em Romance, Tristão e Isolda é a inspiração artística que guia as carreiras de Pedro e Ana, que se conhecem quando Ana faz um teste para ser a atriz em um espetáculo dirigido e atuado por Pedro. Encenando o belo conto da idade média eles se apaixonam e vivem um verdadeiro sonho misturando realidade e teatro, paixão e profissão. O sucesso da peça, porém, leva Ana a televisão onde esta se torna rapidamente a atriz de maior sucesso do país. Pedro é muito dedicado e apaixonado pelo teatro e não se conforma com o fato de Ana passar a dar prioridade às novelas. Eles rompem e só vão se encontrar anos depois para fazer uma gravação de um especial de final de ano da rede Globo. No entanto nem tudo são flores nesse reencontro. Apesar continuarem apaixonados um pelo outro, existem outras pessoas na vida deles e, o que é pior, todos envolvidos na gravação do mesmo projeto. É exatamente nesse ponto que o filme peca. O roteiro perde força no triângulo amoroso formado por Pedro, Ana e Osvaldo (Wladimir Brichta). Osvaldo é o protagonista, junto com Ana no especial dirigido por Pedro, mas a situação criada para tal envolvimento é pouco crível devido à personalidade dos personagens e acaba por incomodar o bom senso e o sentimento de quem assiste ao filme. Depois, o desenrolar final volta a ser interessante e o resultado é bonito.
Defeitos a parte, o elenco é de primeiríssima linha com um quarteto completado pela ótima Andréa Beltrão e ainda participações especiais de José Wilcker e Marco Naninni. Wagner está espetacular, coisa que, aliás, ele já vem sendo há muito tempo e é sem dúvida o melhor ator brasileiro da atualidade. Wagner da muita vida e veracidade ao papel de Pedro e é muitíssimo bem acompanhado por Letícia que faz o melhor papel de sua carreira no cinema até agora. Só os dois em cena já valem o ingresso. Beltrão e Brichta não ficam atrás e ajudam a elevar a crítica do filme, algo que não me surpreende, pois considero os atores brasileiros acima da média. Se tivéssemos diretores do mesmo nível que temos nossos atores, o nosso cinema já seria de ponta há muito tempo.
O resumo da ópera é que vale sim ver Romance. E no cinema! Não esperem sair em vídeo. O filme tem também uma fotografia maravilhosa, assim como o Auto da Compadecida e ver no vídeo é perder metade da festa, sem contar a música muito bonita de Caetano Velloso. Sem preocupações de mostrar um Brasil de diferenças sociais e conflitos, Romance se foca na própria história, o que não é nada mal de vez em quando. O resultado final é bem emocionante. Divirtam-se.

Ficha Técnica:

Romance
Brasil/2008, 106min.
Direção: Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes e Jorge Furtado
Produção: Paula Lavigne
Fotografia: Adriano Goldman
Direção Musical: Caetano Veloso
Elenco: Wagner Moura, Letícia Sabatela, Andréa Beltrão, Wladimir Brichta, José Wilcker e Marco Naninni

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Muito mais do que onze contra onze.


É hora de falar de futebol. Finalmente! Após quase uma semana de blog, já estava na hora de um pouco de polêmica, de discussão. Bem, como eu já havia dito no texto de apresentação, terça-feira passada, não esperem imparcialidade nem opiniões moderadas. Futebol não é algo que se comenta com racionalidade. Quem se diz imparcial ao falar de futebol não gosta do assunto ou, no mínimo, é um mentiroso. Por isso eu inicio minha aventura pelo mundo da bola assumindo meu lado, permitindo assim ao leitor pensar sobre minhas opiniões com mais clareza. Enfim, apita o árbitro… bola rolando!
Tudo que eu queria aconteceu, o São Paulo não foi campeão no Morumbi na frente da sua torcida. Ainda bem, pois essa torcida não merecia. Uma torcida vira-casaca, sem paixão, que não vai ao estádio durante todo o ano todo não merecia ter o prazer de ver o seu time campeão em casa, agora se for, vai ser pela televisão sem nada da festa prepotente preparada para esse fim de semana.
Essa torcida, cheia de empáfia, acha que torce para o verdadeiro representante da cidade apenas pelo nome do clube, mas não tem a mínima idéia histórica do que significa o verdadeiro motivo de ser do clube ou, pior ainda, não tem a mínima idéia do que é torcer de verdade, pois isso não faz parte da concepção do São Paulo Futebol Clube. Como um torcedor pode ser são-paulino de verdade se o time foi fundado só em 1935 e só foi ser campeão a primeira vez em 42! Nenhum avô da nossa geração pode ter sido são-paulino, nenhum! Ou ele é vira casaca ou seus filhos, ou seus netos. Nada mais comum do que tricolores com pais portugueses, palmeirenses, corintianos ou santistas. E pra quem torce de verdade, o time do coração não é só um escudo ou títulos conquistados, mas tudo aquilo que o clube representa, sua história, suas origens.
A cidade de São Paulo tornou-se o centro de maior importância do país devido ao trabalho. A cidade é a principal fonte financeira da América do Sul e isso se deu devido ao esforço de uma classe trabalhadora determinada e de inúmeros imigrantes que vieram ao Brasil para poder dar um futuro melhor às suas famílias. Esse povo todo acabou por fundar os dois clubes de maior rivalidade da cidade; o Corinthians, fundado por operários do Bom Retiro para unir a classe trabalhadora e o Palmeiras (então Palestra Itália), por italianos da Barra Funda para obter mais força na luta ante o preconceito sofrido pelos imigrantes. Desde então o futebol é tratado como religião pelos corintianos e como família pelos palmeirenses. O São Paulo é originário da velha oligarquia paulista, quatrocentões decadentes que precisavam reerguer seus patrimônios que vinham se esvaindo desde o fim da escravatura, ou seja, o São Paulo já nasceu como um negócio e não como uma paixão. Por isso o nome de da cidade ser o mesmo do clube, para ser mais fácil a associação para novos moradores e novos torcedores. O lucro já era o motivo.
Essa falta de paixão explica o fato histórico de a torcida não comparecer nos jogos durante quase toda a temporada. Mas isso tem seu lado positivo. No futebol de hoje, muito profissionalizado, o esporte é encarado como negócio, como mercado e exige mais razão e menos emoção. Nada como a falta de paixão histórica, a falta de emoção para tornar o São Paulo o clube mais vitorioso da época de futebol mercado, futebol empresa. E a emoção não tem lugar nessa nova era. A diretoria deles é muito boa em marketing, dizem. Podem até conseguir com isso comprar mais torcida, como vêm fazendo com sucesso nos últimos anos, mas não conseguirão jamais comprar história nem tradição.
O São Paulo deve ser o campeão brasileiro mais uma vez e realmente é o time mais vitorioso da atualidade, mas não importa quantos títulos eles ganhem, não importa quantas estrelas eles continuem a bordar no uniforme. O time da moda jamais vai conseguir o que nós temos; a certeza de nossas origens a transparência e a beleza de nossa história, o sangue quente de nossas veias, a paixão mortal pelo clube. Eles jamais vão entender a enorme diferença entre apenas torcer para o São Paulo sem razão de ser e ser palmeirense de sangue, de família, de história. E isso eu sei que eles invejam, mas isso jamais poderão conquistar. Títulos são negócios. Paixão não se compra.

Palpites da Rodada - Vote na enquete!!!

Acho que o São Paulo empata e ganha um título de maneira fria, com a sua cara. Palmeiras e Cruzeiro se garantem na libertadores e o Flamengo fica de fora. Lá embaixo acho que o Vasco e Náutico se juntam à Lusa e ao Tigre pra série B de 2009. A Sulamericana eu nem comento porque considero um torneio desnecessário e sem importância. Fim de jogo!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Change, do we need?

Obama ganhou!!! O mundo se enche de esperança de mudança nesse início de século. Hope, we need. Change, we need. Eram os slogans de campanha de Barack. “É a prova de que o velho capitalismo esta no fim!”, dirão alguns efusivos esquerdistas. “É pior ainda para a grande crise de nossa geração!”, dirão outros pessimistas de direta. A bem da verdade é que a chegada de um negro, filho de um nigeriano, nascido no Hawaii e criado na Indonésia é uma quebra de paradigma na história política, de uma sociedade aristocrata, puritana e conservadora como a norte-americana. Mas será que isso representa uma real mudança na sociedade internacional? Será que essa esperança toda que tomou conta, não só dos Estados Unidos, mas de todo planeta, tem mesmo razão de ser? Não sei, mas sou meio cético em relação a essas coisas. Vou tentar me explicar.
Quando tanta expectativa se constrói em torno de uma figura política, a razão tende a fugir do plano racional dando lugar pura e somente a emoção, o que não é nada saudável para uma esfera tão racional como a política. Temos muitos exemplos históricos, e a maioria deles, catastróficos. Existem dois principais caminhos que essas personalidades acabam por tomar, salvo algumas exceções; martírio ou decepção. A primeira e trágica opção é o caminho em que se sai por cima, ou como diria o Getulião, é deixar a vida para entrar para a história. Dessa temos inúmeros exemplos; Abraham Lincoln, John Kennedy, Malcom X, Martin Luther King, só para citar norte-americanos, mas poderíamos seguir com Che Guevara, Tiradentes, Olga Benário, Zumbi, Salvador Allende entre muitos outros. A outra opção é ainda pior, é quando um grande líder, envolto em esperança por seu povo fracassa e decepciona, neste caso a sanidade do homem costuma a se esvair e vemos exemplos desprezíveis como Hitler, Chavez, Pinochet, Mussolini, Stálin, Putin e Castro. Neste caso os resultados foram catastróficos, com destruição das instituições das sociedades e, muitas vezes, alguns atos repugnantes como assassinatos e genocídios.
Não estou querendo comparar Obama com essa gente, mas considero muito perigoso envolver em exagerada expectativa qualquer político, pois isso acaba por pedir uma certa revolução e como demonstra, com resultados numéricos para quem quiser ver, o cientista político polonês Adam Przeworski, as revoluções nunca trouxeram bem-estar para as populações. O que trás bem-estar é estabilidade e credibilidade das instituições que regem a sociedade.
No entanto há uma terceira linha a ser seguida por Obama e ao que parece ele já gostou da idéia e vai tocar a barca desse jeito e por sugestão do nosso ilustríssimo presidente Lula que, na semana passada falou o seguinte: Obama tem que dizer o que eu disse quando tomei posse: 'Não posso errar’. Essa terceira linha é a mais sensata e correta a ser tomada: não errar! Não tentar reinventar a roda nem revolucionar nada e sim manter saudáveis as instituições para que estas não percam credibilidade e possam voltar a fornecer o bem-estar a população o mais rápido possível. Esta alternativa, porém, não apresenta mudança alguma, tudo fica igual, os erros são sanados e tudo continua como era antes. E Obama já mostrou que é isso mesmo que ele vai fazer, é só ver os nomes que ele já chamou pra compor seu gabinete; Volkner e Geithner pra tocar a economia, Hillary pra tocar a política externa e o mais incrível; Gates para continuar sendo o secretário de defesa.
É por essas e outras que eu sou cético em relação a essas grandes expectativas de mudança. No fundo quanto mais muda, mais igual fica. Até porque quando muda muito acaba dando em cagada. O negócio é tocar o bonde mesmo assim porque a vida continua. Essa crise vai passar como todas as outras passaram e nós vamos continuar aqui pra fazer o mundo andar pra frente. E de tudo isso, a lição que temos que tirar é a de que a verdadeira mudança é a que acontece na cabeça da gente, no nosso modo de enxergar as coisas. Aí sim espero mudança, precisamos ser mais humanos, esta é a grande lição. Viva Obama!


terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona


Estava muito ansioso para ver o novo filme de Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona, aliás estava muitíssimo ansioso. Vivi em Barcelona por um ano de onde regressei agosto último e isso impulsionou ainda mais minha descontrolada ansiedade para ver o que sairia dessa mistura tão sedutora; Cruz, Johansson, Bardem, Allen e Barcelona! Quando a expectativa faz a gente imaginar muito uma coisa, criar e recriar um mundo de possibilidades na nossa cabeça e assim mesmo achar que o que vem deve ser melhor ainda, isso acaba por criar uma outra sensação que costuma desanimar bastante; decepção. Porém quem acha que é disso que eu vou falar, está totalmente enganado.
Mesmo todo esse clima propenso ao fracasso criado pela minha insana mente não foi capaz de fazer-me decepcionar com essa última do Mr. Allen. Vicky Cristina Barcelona é tudo isso e mais um pouco. Como descrever? Talvez uma mistura de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, do próprio Allen, com Jules e Jim de Truffaut, mas com um ar mais latino, mais quente, mais sedutor. Coisa que só uma mistura tão propensa a causar faísca poderia proporcionar.
Na sua coluna de domingo do Caderno2, Daniel Piza diz que o próprio título do filme já indica o triângulo amoroso a se formar com Vicky, Cristina e Barcelona, sendo esta a terceira mulher. Eu vou um pouco mais além, Barcelona é na verdade a pimenta de toda essa receita. Barcelona é uma cidade que tem essa característica e esse poder de revelar a nós mesmos verdades escondidas e criar esse questionamento fatal sobre as nossas possibilidades. Quem ficar mais de uma semana em Barcelona vai entender o que eu estou dizendo. Aquele pensamento que assombra a vida de Cristina é inevitável. Parece que o caminho da vida se abre como um leque espanhol e um mar de dúvidas e questionamentos passam a inundar a mente. O problema é que a sensação que isso causa é boa, é mais do que boa, é sedutora. É um oceano de possibilidades, de maneiras de viver a vida, de sair do trivial de quebrar a rotina, de chutar a porra do pau da barraca de uma vez por todas. É sedutor, da medo, causa frio na espinha, ansiedade desespero e esperança sobre o desconhecido. Então Vicky e Cristina, assim como eu, não conseguem agüentar a pressão de poderem ser tão fantásticas como imaginam e fogem.
O filme trata não de um triângulo, mas de um quinteto amoroso surrealmente crível. Vicky é a representação do republicanismo americano, tem desejos e anseios reprimidos, mas é conservadora demais para lidar com eles e não consegue largar mão do conceito americano de felicidade; casamento, dinheiro e uma casa em Beverly Hills. Já Cristina é a representação dos democratas, tem toda a pinta de ser mente aberta, todo um potencial de criar algo novo com suas fotografias, mas na hora “h”, bate um medo, uma inquietação que bloqueia seu caminho trazendo-a de volta às amarras do conservadorismo puritano.
Já Juan e Maria Helena são a representação da atmosfera poluída de desejo, criatividade e sedução que envolve Barcelona. Sem certezas, sem seguranças, são combustível puro, são a vida em sua essência, vivem no limite de suas emoções, aflorando sua criatividade de modo como só quem vive em Barcelona sabe fazer.
Vale a pena ver essa última do Mr. Allen, que mais uma vez se superou e conseguiu captar o que muitos demorarão algumas épocas para entender. Que Barcelona é o centro das almas dessa geração. Assim como Paris na década de 60, São Francisco na década de 70 e Nova York na de 90, Barcelona é coração da juventude pensante e criativa desse início de século.

APRESENTAÇÃO

Ha algum tempo já vinha tendo vontade de escrever um blog, mas confesso, a vaidade me atrapalhava. Passei muitos dias pensado sobre o que escrever, para quem escrever, porque escrever. Quem teria tempo suficiente para perder lendo meu bendito blog? Será que receberia comentários? Sugestões? Ou até quem sabe xingamentos de alguém que se sentiu atingido por meus pensamentos? No entanto percebi que isso tudo era pura vaidade minha. Nem havia começado a escrever e já estava preocupado com as críticas. Por que não começar assim mesmo? O mais provável é que ninguém leia mesmo, ou seja, o que vier é lucro. De qualquer forma já saí ganhando.
Agora, quem sou eu? Quando alguém se apresenta a primeira coisa que a pessoa fala é sua profissão; sou engenheiro, advogado, médico, escritor, bibliotecário ou sei lá o que. Eu fico justo com essa última alternativa; sei lá o que. Como se denominaria alguém que é formado em Cinema e Administração com mestrado em Relações Internacionais que já trabalhou no mercado financeiro, depois em publicidade e que hoje tenta empreender idéias sem juízo? Pois é, não tenho a mínima idéia. Aceito sugestões!
De qualquer forma essa falta de definição que guia minha alma, me traz a liberdade de escrever sobre qualquer coisa, afinal eu não sou expert em nenhuma, a não ser que alguém seja inocente o suficiente para achar que um título universitário significa realmente alguma coisa.
Então, futebol, cinema e política… até aí tudo bem, mas e pensamentos inconseqüentes? Bom, explico. Não pretendo ser imparcial no que escrevo, aliás muito pelo contrário, desejo refletir aqui minhas opiniões bem tendenciosas sem nenhuma intenção de ser politicamente correto, senão essa porcaria desse blog seria ainda mais inútil do que ele já se propõe a ser. Cinema é minha paixão, por isso já digo que é muito difícil ser racional com aquilo que envolve tantas emoções. Futebol é minha religião e como um bom palestrino fica difícil não tender as coisas de forma divina ao clube que tem por seu messias um homem chamado Divino. E política, bom… política é meu passatempo, minha diversão, é aonde eu esqueço dos problemas e solto minha imaginação. Não existe nada melhor para sanar o humor de quem não bate bem como a política.
Por essas e outras acho que posso indicar meu blog para quem, como eu, não sabe ao certo o que está fazendo por aqui, mas que se encanta com todas as coisas proporcionadas pela vida, da qual sou amante fervoroso. Espero que possa confundir mais e esclarecer menos, dentro do possível é lógico. Ou seria do impossível e ilógico? Divirtam-se.