segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Muito mais do que onze contra onze.


É hora de falar de futebol. Finalmente! Após quase uma semana de blog, já estava na hora de um pouco de polêmica, de discussão. Bem, como eu já havia dito no texto de apresentação, terça-feira passada, não esperem imparcialidade nem opiniões moderadas. Futebol não é algo que se comenta com racionalidade. Quem se diz imparcial ao falar de futebol não gosta do assunto ou, no mínimo, é um mentiroso. Por isso eu inicio minha aventura pelo mundo da bola assumindo meu lado, permitindo assim ao leitor pensar sobre minhas opiniões com mais clareza. Enfim, apita o árbitro… bola rolando!
Tudo que eu queria aconteceu, o São Paulo não foi campeão no Morumbi na frente da sua torcida. Ainda bem, pois essa torcida não merecia. Uma torcida vira-casaca, sem paixão, que não vai ao estádio durante todo o ano todo não merecia ter o prazer de ver o seu time campeão em casa, agora se for, vai ser pela televisão sem nada da festa prepotente preparada para esse fim de semana.
Essa torcida, cheia de empáfia, acha que torce para o verdadeiro representante da cidade apenas pelo nome do clube, mas não tem a mínima idéia histórica do que significa o verdadeiro motivo de ser do clube ou, pior ainda, não tem a mínima idéia do que é torcer de verdade, pois isso não faz parte da concepção do São Paulo Futebol Clube. Como um torcedor pode ser são-paulino de verdade se o time foi fundado só em 1935 e só foi ser campeão a primeira vez em 42! Nenhum avô da nossa geração pode ter sido são-paulino, nenhum! Ou ele é vira casaca ou seus filhos, ou seus netos. Nada mais comum do que tricolores com pais portugueses, palmeirenses, corintianos ou santistas. E pra quem torce de verdade, o time do coração não é só um escudo ou títulos conquistados, mas tudo aquilo que o clube representa, sua história, suas origens.
A cidade de São Paulo tornou-se o centro de maior importância do país devido ao trabalho. A cidade é a principal fonte financeira da América do Sul e isso se deu devido ao esforço de uma classe trabalhadora determinada e de inúmeros imigrantes que vieram ao Brasil para poder dar um futuro melhor às suas famílias. Esse povo todo acabou por fundar os dois clubes de maior rivalidade da cidade; o Corinthians, fundado por operários do Bom Retiro para unir a classe trabalhadora e o Palmeiras (então Palestra Itália), por italianos da Barra Funda para obter mais força na luta ante o preconceito sofrido pelos imigrantes. Desde então o futebol é tratado como religião pelos corintianos e como família pelos palmeirenses. O São Paulo é originário da velha oligarquia paulista, quatrocentões decadentes que precisavam reerguer seus patrimônios que vinham se esvaindo desde o fim da escravatura, ou seja, o São Paulo já nasceu como um negócio e não como uma paixão. Por isso o nome de da cidade ser o mesmo do clube, para ser mais fácil a associação para novos moradores e novos torcedores. O lucro já era o motivo.
Essa falta de paixão explica o fato histórico de a torcida não comparecer nos jogos durante quase toda a temporada. Mas isso tem seu lado positivo. No futebol de hoje, muito profissionalizado, o esporte é encarado como negócio, como mercado e exige mais razão e menos emoção. Nada como a falta de paixão histórica, a falta de emoção para tornar o São Paulo o clube mais vitorioso da época de futebol mercado, futebol empresa. E a emoção não tem lugar nessa nova era. A diretoria deles é muito boa em marketing, dizem. Podem até conseguir com isso comprar mais torcida, como vêm fazendo com sucesso nos últimos anos, mas não conseguirão jamais comprar história nem tradição.
O São Paulo deve ser o campeão brasileiro mais uma vez e realmente é o time mais vitorioso da atualidade, mas não importa quantos títulos eles ganhem, não importa quantas estrelas eles continuem a bordar no uniforme. O time da moda jamais vai conseguir o que nós temos; a certeza de nossas origens a transparência e a beleza de nossa história, o sangue quente de nossas veias, a paixão mortal pelo clube. Eles jamais vão entender a enorme diferença entre apenas torcer para o São Paulo sem razão de ser e ser palmeirense de sangue, de família, de história. E isso eu sei que eles invejam, mas isso jamais poderão conquistar. Títulos são negócios. Paixão não se compra.

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Acho que o São Paulo empata e ganha um título de maneira fria, com a sua cara. Palmeiras e Cruzeiro se garantem na libertadores e o Flamengo fica de fora. Lá embaixo acho que o Vasco e Náutico se juntam à Lusa e ao Tigre pra série B de 2009. A Sulamericana eu nem comento porque considero um torneio desnecessário e sem importância. Fim de jogo!

2 comentários:

Unknown disse...

Bruno, em primeiro lugar meu avo era são-paulino, e vc sabe muito bem que a historia de um time é construída através de títulos, e isso é o que mais temos. Eu não invejo o seu passado, mas tenho certeza que muita gente inveja nossos títulos.

Um grande abraço,
Marco

Anônimo disse...

ihhhhhhh.....
Magranza, a gente ainda vai cantar muitas vezes: Vai lá, vai lá, vai lá! Vai lá de coração! Vamos bambizada, vamos bambizada! Vamos pasar batom!
(com direito a coreografia)
Abratz!
RãMr.